São sonhos que vagueam no chão que percorro
Vozes que perseguem um silêncio de querer partir
São ventos, tantos ventos que anseiam a paz.
E de repente um silêncio se faz ouvir
E de repente a tua voz se faz sentir
São nuvens que nascem num céu delicado
Trazendo a luz antes da noite existir
Por dentro do nosso abraço demorado.
E de repente um silêncio se faz ouvir
E de repente a tua voz se faz sentir
Um veleiro que passa na vida adiada
Suspirando no dia uma última aragem:
– Fiz do teu olhar o meu porto de chegada.
E, nesta tarde quente, breve e agitada
Vejo na tua alma a minha própria imagem.