Não deixes de viver a tua vida
O tempo dura menos de uma hora
Encontra em cada noite uma partida
Enquanto a madrugada se demora
Não deixes os teus olhos mergulhar
No abismo onde se escondem os teus medos
Procura o barco antigo por largar
Em tantos velhos sonhos e segredos
Não digas que mudaste o teu destino
A quem não tem coragem de mudar
O vento corre sempre em desatino
A infância ainda é o teu lugar
Não deixes de beber sem condição
Pois quem não bebe é como quem não vê
Encontra em cada noite o teu perdão
Pois quem não ama é como quem não crê:
Pior que a morte é o mal de quem não crê
(Escrito no Largo da Severa na noite de 29 de Julho de 2018)