Nota breve (II)
by on Agosto 14, 2018 in De rua em rua

Não deixes de viver a tua vida
O tempo dura menos de uma hora
Encontra em cada noite uma partida
Enquanto a madrugada se demora

Não deixes os teus olhos mergulhar
No abismo onde se escondem os teus medos
Procura o barco antigo por largar
Em tantos velhos sonhos e segredos

Não digas que mudaste o teu destino
A quem não tem coragem de mudar
O vento corre sempre em desatino
A infância ainda é o teu lugar

Não deixes de beber sem condição
Pois quem não bebe é como quem não vê
Encontra em cada noite o teu perdão
Pois quem não ama é como quem não crê:

Pior que a morte é o mal de quem não crê

(Escrito no Largo da Severa na noite de 29 de Julho de 2018)

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