Noite despida sem lua
Na imensidão da cidade
Aonde não me conheço
O silêncio veste a rua
Anda de ronda a saudade
E eu por ti não adormeço
Noite despida sem horas
No quarto do abandono
Solidão por almofada
Em que lugar te demoras?
Meu amor, tarda-me o sono
E é tão perto a madrugada
Noite despida de tudo
No tempo mais que parado
A gritar-me à cabeceira
Eu, num choro quase mudo
Hei-de esperar-te acordado
Nem que leve a vida inteira
Letra: Mário Rainho