Fado Maestro

Pela manhã vi como dormem os silêncios

Nesse sono intranquilo invulgar

Feito de tantos cuidados.

 

E na ternura

Do meu quarto da loucura

Faço um fado de três tempos

Andamentos acordados

 

Visto a vontade saio à rua já é tarde

Estou em mim ou na cidade?

Será que o tempo parou?

 

Mas só agora é que eu tenho a luz do dia.

Sou a manhã da tarde em que a noite se fez

Pois só agora é que a voz me faz sentido

Canto e já não estou perdido

Por ser da noite.

 

Pela manhã vi como dormem os silêncios

Nesse sono intranquilo invulgar

Feito de tantos cuidados

 

E na inocência

Do meu quarto da demência

Faço um fado de três tempos

Andamentos acordados

 

Visto a vontade saio à rua já é tarde

Estou em mim ou na cidade?

Será que o tempo parou?

 

Procuro o sol da meia-noite desta tarde

Sou do fado ou da cidade?

Ou apenas de onde estou?

 

Mas só agora é que eu tenho a luz do dia.

Sou a manhã da tarde em que a noite de fez

Pois só agora é que a voz me faz sentido

Canto e já não estou perdido

Por ser da noite.

 

Chegou a hora de cantar a luz do dia.

Pelo relógio das horas que o fado fez

Pois só agora é que a vida faz sentido

No meu tempo desmedido por ser da noite.

 

Já está na hora de cantar a luz do dia.

Pelo relógio da noite que o fado fez

Chegou a hora desta voz fazer sentido

Sou do fado ou estou perdido

Noite outra vez.

 

 

 

Letra:Fernando Tordo

 

Música:António Vitorino D’Almeida

 

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